Mistborn: As Sombras de Si Mesmo é o 2º livro da Segunda Era do mundo de Mistborn criado por Brandon Sanderson.
Sua história se passa 300 anos após os acontecimentos do livro três da Primeira Era: O Herói das Eras, e 1 ano após os eventos de A Liga da Lei, 1º livro desta nova fase dentro do planeta Scadrial.
Confira nessa resenha a minha opinião do livro!
Relembrando A Liga da Lei
❗ Este breve resumo contém spoilers do 1º livro de Mistborn: Segunda Era, A Liga da Lei. ❗
Em A Liga da Lei, somos apresentados a Waxilium “Wax” Ladrian, o herdeiro da distinta família Ladrian, descendente distante de Brisa (da Primeira Era) e um famoso homem da lei nas Terras Brutas, uma região desordeira que muito lembra o Velho Oeste do mundo real.
Após a morte de sua esposa em um tiroteio, Wax acaba por desistir da vida de herói e retorna para seus deveres como herdeiro da casa Ladrian, mergulhando assim no tedioso mundo da política e da nobreza.
Porém, o passado vem bater a sua porta quando seu antigo parceiro de combate ao crime, Wayne, aparece em seu lar pedindo ajuda para resolver um último caso: o sequestro de números cada vez maiores de mulheres de linhagens alomânticas.
Com a ajuda de Marasi, a primeira policial mulher de Elendel, Wax e Wayne descobrem uma trama complexa e profunda, desenterrando corrupção na cidade e no sistema como um todo.
Além disso, Wax descobre que seu tio, Edwarn, ainda está vivo e é a mente por trás do sequestro das mulheres, e ele não pretende revelar a localização daquelas que seguem desaparecidas, nem quais seus verdadeiros planos para elas.
Wax, assim, decide que seguirá trabalhando para a lei—tanto dentro dos jogos políticos quanto nas ruas.
“- Como pode fazer isso? Vai assistir a tudo pegar fogo?
A Liga da Lei, de Brandon Sanderson
Cinzas são excelentes fertilizantes.”
Sobre As Sombras de Si Mesmo
Neste segundo livro, um novo inimigo espreita pelas ruas de Elendel: um assassino, potencialmente com poderes de feruquemia, que causou uma chacina na casa do irmão do governador, matando nobres e criminosos – ambos visíveis convidados na luxuosa mansão – e que agora parece ter em sua mira o próprio governador.
Em meio a isso, a grande e moderna cidade de Elendel está mergulhando em caos.
Os ricos estão cada vez mais ricos, acumulando privilégios, enquanto os preços de moradia e alimentação estão alcançando níveis inviáveis para as camadas mais pobres da população.
Elendel parece prestes a explodir, e qualquer adição às tensões pode ser o ponto de ruptura.
E esse ponto de ruptura pode vir na forma de Harmonia – que todos os leitores de Mistborn devem ter conhecido previamente como Sazed.
A divindade entra em contato com Wax para enfatizar a importância de encontrar o assassino, um antigo servo de Harmonia que fugiu de seu controle, antes que seus planos causem danos inimagináveis à cidade inteira.
Com isso, Brandon Sanderson mistura a atmosfera de revolução industrial/steampunk com uma das minhas tropes favoritas: caça ao serial killer!
“- Não sou a mão de Harmonia – sussurrou Wax. – Sou Sua espada.”
As Sombras de Si Mesmo, de Brandon Sanderson
A tensão aumenta
Este livro é tão movimentado quanto o primeiro, mas a urgência é muito maior.
Aos poucos, Sanderson começa a criar um conflito de proporções que vão muito além da própria Elendel e podem, se fugir do controle, afetar a toda Scadrial.
Isso cria promessas para os próximos livros da série que tornam impossível não terminar este sem seguir direto para o terceiro, Os Braceletes da Perdição.
O tom mundano contido em A Liga da Lei diminui imensamente em As Sombras de Si Mesmo, dando lugar a constante adrenalina e conflito.
Essa mudança acontece rapidamente, quando vemos que há notas não apenas de feruquemia nos assassinatos, mas também de hemalurgia, a terceira arte dos metais, e a mais perigosa das três.
E, como se isso não fosse ruim o bastante, a trama ganha ainda mais profundidade quando se descobre que o assassino pode ser um kandra, a raça mais leal à Harmonia, que de alguma forma fugiu de seu controle.
Leitores familiares com a Primeira Era de Mistborn conseguem entender de imediato o quão intenso esses pontos de atrito são nesse universo.
E caso isso não seja convincente o bastante para dar uma chance a este livro, há também a participação de alguns antigos e queridos personagens, bem como mais referências a outros.
Os personagens de A Sombra de Si Mesmo
Mais do que a trama, o que mais me encanta nesta nova era de Mistborn são os personagens.
Gosto muito de Wax, Wayne e Marasi, e ainda ao longo do livro me surpreendi ao perceber que também estava me tornando uma fã de Steris, a curiosa e obsessivamente organizada meia-irmã de Marasi e futura esposa de Wax.
Em Wax, adoro como seu senso de justiça é firme. Um personagem desse tipo poderia facilmente cair nos estereótipos de um simples herói qualquer, cujas ações são sempre invariavelmente boas e justas e que irá inevitavelmente salvar o mundo e mudar o sistema na base de sua bondade.
Waxilium não é assim. Por mais que ele goste de ajudar pessoas diretamente, através de ousados resgates e épicos combates, ele sabe que a verdadeira mudança só pode ocorrer se ele entrar na política de fato e lutar na arena dos nobres e políticos. Isso dá um toque de realismo e sobriedade a um mundo fantasioso que acho revigorante e delicioso.
“Não, liberdade não era ausência de responsabilidade, era ser capaz de fazer o que era certo, sem ter que se preocupar se isso também era errado.”
A Sombra de Si Mesmo, de Brandon Sanderson
Wayne também tem facetas interessantes. Seu indiscutível talento para disfarces ganha uma nova profundidade nesse livro: uma ânsia por ser qualquer outra pessoa que não ele mesmo. Alguém com outro passado, sem manchas na consciência.
Adoro quando os personagens considerados como “alívio cômico” acabam sendo aqueles com mais feridas invisíveis.
Marasi é, desde o primeiro livro, a minha personagem favorita. Adoro sua inteligência e perceptividade, bem como o fato de que ela não conta muito com os próprios poderes para sobreviver, visto que o metal que ela queima tem utilidades que a maioria das pessoas consideram “limitadas”.
Ela é genial, e vai mais longe que Wax e Wayne em seu entendimento do que realmente aflige Elendel e o restante do país. Dentre os três protagonistas, ela é certamente a com maior potencial de crescimento, e estou mais do que ansiosa para vê-lo nos dois livros restantes.
Se você também já leu o livro, deixa aqui nos comentários se concorda com a minha opinião!
Lembrando que Mistborn faz parte do universo da Cosmere, e divide o mesmo universo com outros livros como O Caminho dos Reis.
A gente explica tudo nos detalhes no guia sobre os livros de Brandon Sanderson.
Sinopse de As Sombras de Si Mesmo
Título: As Sombras de Si Mesmo
Série: Mistborn – Segunda Era #2
Autor: Brandon Sanderson
Lançamento original: 2011
Sinopse: Muito pedida pelos fãs, esta série mostra o progresso de Scadrial, 300 anos após os acontecimentos da primeira saga, que apresentou ao público as aventuras protagonizadas por Vin, Elend, Kelsier e cia.
Mas a evolução do planeta está em risco, e caberá a Wax Ladrian lutar para garantir a harmonia conquistada a duras penas. Em As sombras de si mesmo, ele contará com a ajuda seu excêntrico comparsa Wayne, e da linda e brilhante Marasi, para desvendar a conspiração terrorista e assassina que ameaça tirar Scadrial da trilha do progresso.
Avaliação de As Sombras de Si Mesmo
Lados positivos
- Excelentes protagonistas;
- Leitura rápida e dinâmica;
- Aprofundamento do universo de Mistborn;
- Participações especiais!
Lados negativos
- Reviravolta previsível.
Texto muito bom como sempre, só achei que tem descrição demais, enquanto a sua opinião sobre o livro tem muito pouco, quase nada.
Essa segunda trilogia de Mistborn gostei apenas do primeiro livro. Tanto esse segundo como o terceiro e ultimo (na prática, é o sexto da série), achei ruins.
Pra ser sincero, eu presenciei a ascensão desse autor no Brasil, e vejo como único mérito a editora Trama ter feito um trabalho excelente de marketing, porque quando ele saia pela Leya, ele era só mais um.
A série Stormlight sim, é MUITO acima da média e merece todos os louros e muito mais. Mas os demais livros que li dele (14 no total), vejo um autor que quando se aventura em literatura jovem, o trabalho fica aquém.