Brisingr é o terceiro livro do ciclo A Herança, continuação de Eragon, o primeiro volume, e Eldest, o segundo. Eu não sei se você sabia, mas o título completo deste livro é “As Sete Promessas de Eragon Matador de Espectros e Saphira Bjartskular”
E ele faz total sentido.
Em 706 páginas (sim, um belo calhamaço), e antes que chegue a batalha final em Uru’baen, está na hora de Eragon e Saphira se responsabilizarem por suas promessas e encantamentos.
Começo de narrativa lento, mas compensador
Depois de uma guerra imensa, com a morte do rei dos anões, a união dos urgals e a derrota consecutiva de Eragon (já estamos acostumados a isso, né? esse menino só perde), o Cavaleiro se vê compelido a pagar algumas de suas promessas antes que seja tarde demais.
A primeira delas é o resgate de Katrina, a nossa querida donzela raptada. Junto com Rohan, Eragon e Saphira vão até o covil dos Ra’zac na esperança de encontrá-la com vida e matar todas essas criaturas repugnantes.
Desgraças sempre chegam aos que esperam. O segredo é encontrar a felicidade nos breves intervalos entre os desastres.
Rohan, em Brisingr
Dessa vez a missão é até que bem-sucedida, mas lá Eragon acaba encontrando outra surpresinha e fica completamente sozinho no território de Galbatorix para lidar com ela.
Tirando a luta, que sempre é bastante agitada, com detalhes pequenos que fazem você sentir cada apertão e manobra, todo esse primeiro começo de Brisingr é lento. São vários dilemas morais que o Cavaleiro precisa passar e decisões que ele precisa tomar.
A recompensa fica nos pequenos detalhes, nas explicações do mundo de Alagaesia que temos o prazer de explorar. Como por exemplo quando Eragon retorna para os Varden e se encontra com Arya. A cena entre os dois é muito bonita, explica mais sobre os espíritos e as coisas incomuns e inexplicáveis que podem acontecer no mundo.
Um trecho inteiro, porém, que me deixou completamente entediada
Bom, o rei dos anões morreu. Nasuada está preocupada com a demora dos anões de escolher alguém como líder – fora que precisa ser alguém favorável a causa dos Varden.
Quem melhor para mandar para dar uma apressada nas coisas? Eragon! O nosso totalmente inexperiente Eragon.
Durante toda essa passagem, eu precisei concordar com o Cavaleiro:
Apesar da importância do processo, Eragon achou tudo aquilo excessivamente tedioso e frustrante.
Eragon, sobre a política de escolha do novo rei dos anões
Eu também, Eragon, eu também.
Essa parte da política dos anões é muito chata. Confesso que fiz leitura dinâmica de alguns parágrafos, de tão entediada que fiquei (lembrando que essa não é a minha primeira e nem segunda leitura deste livro).
Uma batalha que me fez devorar as páginas de Brisingr
Pela primeira vez eu gostei da narrativa do Martelo Forte.
Agora que está mais maduro como personagem, ele começa a desenvolver sua força e sua liderança dentro dos Varden. A batalha liderada por Rohan nesse livro é muito bem elaborada e me fez devorar o capítulo todo até finalizar.
Os efeitos são muito bem narrados e novas amizades são formadas aqui, indo até o último livro – Herança.
Uma guerra não se faz só de heróis
Ainda falando de batalhas, outra parte muito importante dessa fantasia é mostrar que uma guerra não se faz com 1 só pessoa. Eragon é um elemento muito importante, mas não seria possível lutar contra Galbatorix apenas com ele.
Não, absolutamente não. Em uma guerra, você precisa de líderes competentes, soldados alistados, (muitas) provisões, máquinas de guerra e, bem… política.
Pessoas precisam se sentir motivadas a lutar na linha de frente. Líderes precisam ser exemplo de coragem e criatividade. Jogos de poder são necessários para conquistar apoiadores.
Fora a ganância com títulos e posições de lideranças das pessoas que já estão acostumadas a ser líderes.
E o ego ferido quando não conseguem.
Tudo isso é explorado enquanto Eragon e Saphira aprendem cada vez mais a ser cavaleiro e dragão. Não é o foco principal da narrativa, mas os detalhes estão lá.
Um final desolador
Quando você enfim entende o nome do livro e suas consequências mais para frente, é um balde de água fria. O final é triste, cheio de sentimentos, raiva e luta, que como sempre deixa aquela coisa de “agora que tava ficando bom, caramba!”
É uma pena que eu nada possa falar sobre isso. O que posso dizer é que valeu a pena toda aquela lentidão até a página 500 do livro. Tem tantas revelações…
Difícil não dar spoilers, mas é que muita coisa acontece. Eragon ainda tem muito a aprender, e seu processo, apesar de rápido, parece lento demais para alcançar Murtagh e Galbatorix.
Com Saphira tão perto, tudo parecia estar certo no mundo.
Eragon
Paolini não deixa a desejar com os outros personagens
Eragon é o personagem principal, sim, e a história meio que se desenrola porque ele virou, finalmente, o primeiro cavaleiro de dragão livre.
Mas em Brisingr temos ainda mais força na narrativa de outros nomes. Até Saphira ganhou uma narrativa própria, com um jeito específico de narrar os fatos que eu achei muito bem pensado.
Fora a admiração por Nasuada que continua crescendo. Ela é humana, jovem e mulher. Mesmo com medos, com anseios, dúvidas, ela deixa tudo isso de lado pelo bem dos Varden e do que seu pai começou. É uma líder dura, sagaz e extremamente leal ao seu propósito.
Elva e Arya também tem suas próprias cenas específicas. Elva principalmente, já que ninguém sabe o que vai acontecer com ela no próximo volume.
Uma preparação para o final da saga
Minha opinião é que Brisingr foi a preparação para o fechamento da saga. Muita coisa ainda precisava acontecer antes de Herança, principalmente com relação à previsão de Solembum no primeiro livro.
Vários detalhes sobre aqueles primeiros acontecimentos que o autor só deixou para te contar agora, e muita informação que Eragon ainda precisava entender para ter alguma chance contra Galbatorix.
E o final realmente não deixa a desejar em nada. Sempre com aquela pitada de guerra e ação que todos os livros deste ciclo possuem.
Continuo recomendando essa história pelos diversos detalhes, pelo crescimento do personagem principal e também pela importância e sabedoria dos seus personagens secundários.
Nota 5 de 5.
Se você está curioso sobre o que achei do próximo livro, continue acompanhando minha opinião da saga de Eragon: confira minha resenha do livro Herança!
Confesso que faz anos que não releio Brisingr mas Ana e Eragon, eu tbm achei o processo de escolha do novo rei dos anões tedioso e CHATO PRA CARALEO.
HAHA
Sobre o livro como um todo, Brisingr é top demais, essa saga é top demais.
Deu até vontade de ler de novo, sério! ♥
Faz anos, mas a gente não esquece quão ruim foi essa parte hahahahahha.
Releia, vale a pena 🙂