Um dos livros que mais me impressionou em 2017 foi A Canção do Sangue, de Anthony Ryan. Não pela magia, guerra ou armaduras medievais, mas pela construção do personagem e da história por trás dele.
Apesar de ser um livro pouco conhecido, a trama é muito bem narrada. Os detalhes místicos te prendem na história e a trajetória do herói é simplesmente imprevisível e emocionante.
Vem entender porque esse livro ficou marcado entre os meus favoritos de livros de fantasia.
A trilogia A Sombra do Corvo
A trilogia A Sombra do Corvo já está completa e disponível em português. Ela é dividida nos títulos:
- A Canção do Sangue
- O Senhor da Torre
- A Rainha do Fogo
Existe uma continuação da história de Vaelin, uma duologia, mas ela ainda não foi traduzida. A gente comenta sobre isso e sobre a nova série no post sobre a trilogia A Sombra do Corvo.
Sinopse de A Canção do Sangue
Título: A Canção do Sangue
Série: A Sombra do Corvo #01
Autor: Anthony Ryan
Páginas: 656
Editora: LeYa
Lançamento: 2014
Sinopse: Quando Vaelin Al Sorna, um garoto de apenas 10 anos de idade, é deixado por seu pai na Casa da Sexta Ordem, ele é informado que sua única família agora é a Ordem. Durante vários anos ele é treinado de forma brutal e austera, além de ser condicionado a uma vida perigosa e celibatária. Mesmo assim, Vaelin resiste e torna-se líder entre seus Irmãos.
Ao longo de sua jornada, Vaelin também descobrirá de quem foi o verdadeiro desejo para que ele fosse entregue à Ordem – o objetivo sempre foi protegê-lo, mas ele não tem ideia do quê. Aos poucos, indícios de uma esquecida Sétima Ordem e questões acerca das ações do Rei Janus fazem Vaelin Al Sorna questionar sua lealdade. Destinado a um futuro grandioso, ele ainda tem que compreender em quem confiar. Neste primeiro volume da trilogia A Sombra do Corvo, Anthony Ryan estreia de maneira promissora com uma aventura repleta de ação.
O início da história
A Canção do Sangue começa com a narrativa de Lorde Verniers, historiador do império e responsável pelos relatados da última guerra com o louco Rei Junos.
Ele viaja de navio como testemunha oficial do duelo do prisioneiro O Matador do Esperança, condenado após a guerra.
Em seu caminho, ele se sente curioso, apesar de toda a raiva que sente por ele, sobre a verdadeira história do Matador do Esperança, também conhecido como Vaelin al Sorna, a espada do rei.
Vaelin assim inicia seu relato desde sua infância, quando foi deixado, contra a sua vontade, aos cuidados da sexta ordem pelo próprio pai.
– Sim. A lealdade é nossa força. Lembre-se disso. Lembre-se de que é meu filho e que quero que fique aqui. Neste lugar você aprenderá muitas coisas, se tornará um irmão da Sexta Ordem. Mas será sempre meu filho, e honrará meus desejos.
O que achei da leitura de A Canção do Sangue
Como qualquer livro de fantasia épico e mágico, o começo de A Canção do Sangue é um pouco difícil. A narrativa inicial de Lorde Verniers é maçante e a história demora um pouco para pegar um bom ritmo de leitura.
O que com certeza ajuda (e é um diferencial), é que o autor Anthony Ryan nos apresenta o universo e os acontecimentos ‘místicos’ aos poucos. De forma bastante positiva, depois de termos sido apresentados aos personagens principais, os acontecimentos são mais rápidos e a leitura fica fácil.
Vaelin, o protagonista, também é um personagem cativante. Conhecemos ele desde menino, com todas as suas incertezas e medos. Vemos seu crescimento e sua bravura. Ele não se torna um homem perfeito, mas é muito correto e fiel aos seus amigos – tudo que se espera de um grande líder.
Um dos pontos negativos de A Canção do Sangue é a narrativa em dois tempos, passado e presente. Ela é usada muito no começo e depois é praticamente esquecida.
O vai e vem temporal retorna com muita força quase na conclusão da guerra, onde o autor mistura os fatos do próprio passado para criar mais suspense. Isso acabou me deixando confusa ao iniciar alguns capítulos.
De qualquer forma, isso não impacta tanto na minha avaliação final. Eu com certeza indico para quem gosta do estilo. Realmente é difícil entender porque esse magnífico livro não tem o destaque que merece!
E aí, vai dar uma chance para A Canção do Sangue? Se você já leu, confira a continuação na resenha de O Senhor da Torre, o livro 2 da trilogia.
Também gosto muito de livros de fantasia! Foi a maior parte do motivo de eu ter começado A Canção de Sangue. Realmente, o Vaelin tem uma vibe muito Jon Snow, e eu me diverti muito com essa comparação. Infelizmente, não gostei do final (o terceiro livro, mais precisamente), pois não concordei com o desfecho de alguns personagens, acho que o fim se entregou demais à clichês, mas foi uma leitura ótima. 8/10
Após ler todos os livros, realmente o final foge um pouco da narrativa do primeiro livro. Mas mesmo assim eu indico a leitura, como você 🙂
Lerei. De verdade.
Vale muito a pena, Everto. Depois me conta se gostou ou não!