A Torre da Andorinha é o 6º livro de The Witcher, do escritor Andrzej Sapkowski. Com uma trama mais lenta, Geralt continua atrás de Ciri, sem saber exatamente onde ela está. Já ela, agora sozinha, conta sua própria história e como chegou até seu destino.
As provações de Ciri
No começo de A Torre da Andorinha, Ciri é encontrada ferida e inconsciente por um eremita, depois de uma noite de equinócio e estranhos eventos.
Equinócios e solstícios já são conhecidos por fenômenos mágicos inexplicáveis. Mas este, em especial, acompanhou ventanias e o sons pesarosos dos noitibós, pássaros que a crença popular diz que trazem a morte. Foi um dia em que a Caçada Selvagem também cruzou os céus, levando embora mais pessoas do que o habitual.
Nesse mesmo dia, Triss, Neneke e Jarre tiveram um sonho preocupante: Ciri estava à beira da morte.
Apesar de ainda não estar morta, Ciri estava muito ferida e com um grande machucado no rosto. O velho Vysogota, o eremita que a encontrou, trata de sua ferida como pode, sabendo que a moça ficaria com uma cicatriz horrível na bochecha por toda sua vida.
(De acordo com as descrições do livro, Ciri já não era uma garota bonita, tinha olhos grandes, era magra e sem muito corpo, e, com a cicatriz, ficaria ainda menos “admirável”.)
No entanto, não sabemos como Ciri foi parar ali. Ou onde estão os ratos, ou como ela sofreu esse ferimento tão feio.
Durante todo o livro, a história vai de trás para frente para contar a sucessão de eventos que fizeram Ciri chegar ferida até aquele lugar inóspito.
Vemos seus dias de roubos e uso de drogas com os ratos. Descobrimos como ela conseguiu sua nova montaria, Kelpie, e sua nova espada, como se o destino estivesse envolvido, e também testemunhamos seu terrível encontro com Bonhart. Um encontro com consequências ainda mais horríveis para Ciri, como previra Geralt em Batismo de Fogo.
A busca de Geralt com sua trupe
Nesse meio tempo, Geralt ainda está atrás de sua criança surpresa, cada vez mais desesperado para encontrá-la.
Suas aventuras com Jaskier, Milva, Cahir (que de inimigo virou… tolerável?) e o vampiro Regis continuam trazendo cada vez mais problemas. E, ao mesmo tempo, levando-o para cada vez mais longe de Ciri e sua verdadeira localização.
“Deixei de ser bruxo em Thanedd, na Torre da Gaivota, em Brokilon. Na ponte sobre o Jaruga. Na caverna sob górgona. E aqui, no bosque de myrkvid. Não, não sou mais bruxo.”
É no meio desses desencontros que descobrimos sobre quem Jaskier de fato é e porque está sempre viajando pra lá e pra cá. Também conhecemos Angoulême, nova integrante no grupo e ex-integrante do grupo de Rouxinol.
Também conhecemos Avallac’h, o sábio elfo, que também tem um interesse peculiar pelo destino de Ciri. (E aqui entendemos porque Geralt não confia nele no jogo The Witcher 3)
Do lado dos inimigos, também temos mais pessoas atrás da princesa de Cintra. Ehmir, que tem a falsa princesa em sua companhia, continua em busca da verdadeira, mandando ainda mais homens atrás dela.
Fora o próprio feiticeiro Vilgefortz, que quer o sangue da princesa de qualquer jeito para seus próprios experimentos diabólicos em mulheres e fetos, contando com Rience para fazer o trabalho sujo.
Vocês devem ter percebido que até agora não mencionei Yennefer. É porque, até o meio do livro, não sabemos de fato o que aconteceu com ela depois do golpe na reunião dos magos, ou o que pretende fazer.
Alguns inclusive dizem que ela está morta, e que morreu por culpa da sua própria magia.
E vou te dizer, além de ter sua idade revelada (seu grande segredo!), o que a aguarda não será nada fácil. Ao invés de se meter em confusão, é Yennefer a verdadeira heroína do casal.
O que achei da leitura
Para mim, a leitura de A Torre da Andorinha foi bem enrolada. Geralt está longe de conseguir qualquer coisa e está sempre se embrenhando em histórias que não são suas. Isso é bastante irritante.
A história de Ciri também é bem lenta, contada por perspectivas diferentes. Às vezes inclusive sendo narrada por outros personagens que depois simplesmente desaparecem do enredo.
É um livro também que muita coisa ruim acontece, com frequência e até o fim.
É só nas últimas páginas que uma grande revelação é feita. E a história meio que termina do mesmo jeito que começou, com a explicação de por que Ciri está onde está e qual é o próximo passo do seu destino.
Para mim, foi uma leitura ok, mas sem o grande dinamismo que os outros livros possuem. Sem as tiradas sarcásticas para dar uma aliviada, como Sapkowski costuma fazer, apesar de ainda ter algumas cenas engraçadas.
Um exemplo é uma cena sobre as páginas da “Meia década de memórias de Jaskier” (ou algo similar, que não consigo lembrar agora), que são encontradas anos no futuro. Não vou dar mais spoiler que isso 😅, mas é um detalhe bobo e sem nenhum desfecho importante que só está lá pela comédia.
Enfim, minha avaliação acabou sendo de 3,5 estrelas ⭐⭐⭐½.
Você pode ler também o que achei do último livro (e o desfecho da história de Geralt) na resenha de A Senhora do Lago.