Em Anne de Ingleside, 6º volume da série de Anne de Green Gables, Anne já é uma mãe de 5 meigos filhos (e está com mais um a caminho). E é nesse volume que eles ganham suas próprias aventuras!
Pois é, esse é o primeiro livro que Anne não é a única que compartilha sua narrativa. Seus filhos ganham histórias próprias, sejam sobre coragem, amizade, imaginação ou as primeiras decepções e tristezas da infância.
Mas Anne ainda está lá, muito maternal e com seu jeito próprio de educar os filhos, com muito carinho, paciência e empatia.
Um pouco sobre a história
Faz 9 anos que Anne partiu de Green Gables, mas o livro começa com nossa protagonista de volta em sua querida Avonlea, visitando seus amigos e familiares.
Aqui descobrimos que não é só Anne que mudou e virou uma adulta, mas até Davy, aquele pequeno menino travesso que foi morar com Marilla e a senhora Lynde, se casou.
Mas nem tudo mudou, não é mesmo? Algumas maravilhas e diversões daquela ilha continuam as mesmas, com os lagos, os caminhos cheios de flores, sua amizade com Diana e, claro, os Sloanes.
“Em contrapartida, há um monte dos Sloane. Os Sloane ainda são os Sloane, Anne, e sempre o serão, até o fim do mundo. Amém.”
Em seu último dia nas antigas terras, Anne está no momento de recordar suas várias lembranças com Diana. Assim elas também colocam o papo em dia e discutem seu dia a dia.
Anne conta que agora mora em uma nova casa (uma que não é nova o suficiente para ser sem graça, nem velha demais para ser triste), um lugar maior para sua família, que se chama Ingleside.
“Ingleside” é uma palavra composta em inglês que combina “ingle”, um termo antigo para “lareira”, e “side”, que significa “lado” ou “junto a”. Assim, “Ingleside” literalmente significa “ao lado da lareira”.
É uma palavra que lembra conforto, calor e aconchego familiar, o que sugere um local íntimo e acolhedor dentro de uma casa, onde as pessoas se reúnem para descansar e conviver.
Tudo que a casa de Anne realmente é!
Sendo a casa perfeita também para seus filhos, atrás de Ingleside há um espaço com um riacho e trilhas, que a família chama de “Vale”. É lá onde as crianças brincam e se divertem a maior parte do dia.
Depois de se lembrar como foi maravilhoso poder crescer em Green Gables e que não é mais aquela criancinha, mas uma mulher adulta e feliz, Anne retorna para Ingleside.
“Querido Gilbert, foi ótimo ser a Anne de Green Gables novamente por uma semana, mas é cem vezes melhor estar de volta a ser a Anne de Ingleside.”
Porém a felicidade de toda a casa está por um fio com a visita da tia Mary Maria. Ela adora reclamar de tudo, colocar defeito na casa e no modo que Anne e Gilbert educam seus filhos (eles são bem livres, como a própria Anne sempre foi).
Susan, a empregada da família que está mais para uma integrante daquela grande casa, faz de tudo para defender não apenas seus patrões, mas também cada um dos pequenos. Mesmo que a tia Mary Maria faça de tudo para “tentar colocá-la em seu lugar”.
Mas nem sempre os pequenos devem ser defendidos! Nesse livro, cada um deles apronta umas e outras. Cada um mostrando um ladinho todo seu, e às vezes até ganhando uma narrativa própria.
Assim acompanhamos a vida em Ingleside, cheio de amor, brincadeiras, respeito e carinho. Com uma compreensão e paciência de Anne sem tamanho.
“Ah, Susan, nenhum dia é ordinário. Cada dia tem alguma coisa que o outro não tem.”
O que achei da leitura
É sempre difícil começar a dar tchau para uma personagem que a gente ama tanto.
E em Anne de Ingleside, com as narrativas dos seus filhos, eu senti que a autora gradativamente nos despedia de Anne.
Mas não foi isso que estragou um pouco a leitura pra mim. O que me incomodou mesmo foi a tia Mary Maria. Ô pessoinha chata, hein? Ela tira o brilho e o divertimento de todos, principalmente de Anne, e passa mais tempo na casa (e na leitura).
Já os pontos positivos são que nesse livro também vemos Anne se tornar uma mãe amorosa, com um toque ainda da sua imaginação e espontaneidade. Uma mãe com muitas qualidades e ainda umas pitadas de sarcasmo.
“Anne sorriu ao abraçá-lo, e lembrou-se de uma tolice que havia lido em um jornal média naquele dia, assinada pelo doutor V. Z. Tomachowsky. “Não se deve beijar um filho pequeno, para evitar o complexo de Jocasta.” Ela riu, mas também ficou um pouco irritada. Pobre, pobre homem! É claro que se tratava de um homem. Uma mulher jamais teria escrito algo tão estúpido e vil.”
Enfim, foi uma boa leitura, mas não é nem de longe um dos melhores livros da série!
Se você quer continuar acompanhando minha opinião dos livros de Anne, não deixe de conferir o que achei de Vale do Arco-Íris, o próximo livro da série!
Conheça a ordem dos livros de Anne
Anne de Ingleside faz parte da série de Anne de Green Gables. São diversos livros, e você pode conhecer cada detalhe no nosso guia.
Avaliação de Anne de Ingleside
O livro continua a contar sobre Anne e sua família, mas não mais com foco em Anne. Apesar das histórias serem sobre seus filhos, senti que por muito tempo ficou "travada" em uma personagem que não agrada em nada.
Lados positivos
- Narrativa contada pelos filhos de Anne
- O jeito fofo do casal educar os filhos
Lados negativos
- A tia ocupa muito espaço durante a história
Eu simplesmente amo cada um dos livros da Anne e já li todos, achei sua resenha bem fiel a história
Ai, eu também amo muito! Não tinha nenhuma expectativa, mas encontrei um conforto e uma gentiliza tão grande que eu diria até que é uma das minhas séries favoritas. Sinto falta de mais histórias assim.