Antes de falarmos sobre a minha opinião de A inconveniente loja de conveniência, você já conhece o novo gênero chamado “Ficção de cura”? Ele vem ganhando cada vez mais espaço nas livrarias!
Ficções de cura são considerados livros que acolhem e nos dão uma espécie de abraço quentinho, conhecidos por se passarem em um lugar específico, ou seja, um lugar aconchegante onde os personagens conseguem socializar, além de abordarem temas que geram empatia com o leitor e terem aquelas capas super coloridas e fofas.
São leituras escritas de forma muito leve, que te dão um quentinho no coração, e também te dão um empurrãozinho para ter coragem para mudar, agir, ou, às vezes, aceitar alguma situação.
Se você ficou mais curioso, eu preparei um guia completo sobre a ficção de cura. Lá você encontra um pouco mais sobre o gênero, por que ficou popular e livros do gênero para conhecer!
Sobre A inconveniente loja de conveniência
Bom, depois de introduzir um pouco sobre gênero, está na hora de falar sobre a obra, né?!
O livro A inconveniente loja de conveniência do autor Kim Ho-yeon fala sobre muitos sentimentos, mas principalmente sobre segundas chances.
Ele conta a história da senhora Yeom, uma aposentada que resolveu investir abrindo uma loja de conveniência.
(Vale ressaltar aqui que lojas de conveniência na Coreia do Sul são um pouco diferente das que temos no Brasil. Lá eles vendem comidas prontas, com um espaço para os clientes sentarem e comerem.)
Quando estava no trem retornando para casa, Yeom percebeu que perdeu sua carteira. Mas, enquanto a procurava, Yeom recebeu uma ligação de alguém dizendo que a encontrou e gostaria de devolvê-la.
Eles combinam um ponto de entrega na estação.
Porém, logo em seguida, o homem retorna a ligação informando que está com fome e pede se pode usar um pouco de dinheiro para comprar comida – e Yeom aceita.
Chegando perto do ponto de encontro, ela percebe que ele é um morador de rua e acaba vendo a cena dele apanhando de 2 outros moradores de rua para defender a carteira dela. Com isso, ela pede que ele o acompanhe até a loja de conveniência e oferece a ele uma marmita.
O morador de rua conta para ela que não se recorda muito de sua vida, mas que lhe chamam de Dok-go e que ele mora na Estação Seul.
Ela fica muito grata por ele ter devolvido sua carteira e diz que, sempre que ele quiser, vai ter uma marmita e bebida para ele de graça na loja.
Dok-go começa a ir sempre ao final dos turnos para comer na loja de conveniência até que um dia acaba salvando a loja de um assalto. Por gratidão (e sentir que ele é uma boa pessoa), a senhora Yeom lhe oferece um emprego, mesmo contra a vontade dos funcionários da loja.
Ou seja, ela dá uma segunda chance para ele.
A partir daí, passamos a acompanhar a relação do Dok-go com os funcionários e clientes. Surgem dúvidas sobre o que aconteceu com ele para estar em situação de rua – afinal, ele é educado, honesto e inteligente, além de não lembrar como chegou até ali.
Em paralelo, temos o fato da loja não estar dando lucros, e o filho da senhora Yeom (que não tem uma boa relação com a mãe) tentando descobrir quem é o Dok-go e o que ele esconde.
A história é separada por capítulos onde, em cada um, temos um personagem que recebe mais atenção. Também podemos acompanhar como o ambiente está influenciando na vida das pessoas e como o Dok-go ajuda as pessoas a superarem ou transformar algo em sua vida.
Minha opinião
Eu gostei de A inconveniente loja de conveniência.
Gostei de como ele mostra que a solução dos nossos problemas pode ser mais simples do que imaginamos. Gostei de ver a evolução do personagem principal.
Porém, minha nota para esse livro foi de 3 estrelas.
Confesso que, de forma geral, tenho dificuldade em avaliar livros de ficção de cura com 5 estrelas.
Na minha opinião, a falta de mais contexto nas situações faz muita diferença… Sinto falta de mais complexidade dos personagens… alguns me pareceram tão rasos!
No entanto, sei que isso é uma característica do gênero, pois, por se passar em um local específico, ele dificilmente vai se aprofundar em todas as pessoas que passam por ali.
Isso não quer dizer que o livro seja ruim!
A inconveniente loja de conveniência foi uma boa leitura, e me fez refletir em algumas partes. Mas, infelizmente, realmente terminei a leitura com o sentimento que faltou algo.
Acredito que o que tenha me gerado essa confusão foi não ter me conectado tanto om os personagens.
Um pouco (bem pouco mesmo) sobre o autor Kim Ho-Yeon
Não achei muitas informações sobre o autor Kim Ho-Yeon. Nascido em 1974, ele coleciona diversos prêmios literários na Coreia.
A Inconveniente loja de conveniência é seu 5° romance, e sua obra favorita é Fauster (de acordo com a entrevista que ele deu para a K-book trends).
Além de escritor, Kin Ho-Yean também é roteirista e ilustrador.
Outros livros de ficção de cura para conhecer
Se você gosta de ficção de cura ou de literatura coreana, aqui estão alguns outros livros que eu já li e recomendo:
Avaliação de A Inconveniente Loja de Conveniências
Embora seja um livro bem característico do gênero de ficção de cura, senti que poderia ter um aprofundamento melhor dos personagens. Mas eu gostei da história!
Lados positivos
- Livro de Ficção de Cura
- Leitura rápida
- Momentos de aquecer o coração
Lados negativos
- Não aprofunda tanto nos personagens
- Senti falta de contexto das situações