O Lar da Srta Peregrine para Crianças Peculiares chamou minha atenção, logo de cara, por suas fotos antigas e misteriosas.
Elas conseguiram abrir a minha imaginação sobre suas origens e motivações.
É com esse gancho, essa pontinha de curiosidade, que o Ransom Riggs nos apresenta um novo universo: as crianças peculiares, pessoas com poderes especiais que estão escondidas do mundo.
A série tem um universo no estilo A Bússola de Ouro, e conta também com um personagem de 16 anos ainda aprendendo sobre si mesmo e quem deveria ser.
Apesar do tom meio de terror da capa, a leitura não tem nada de assustadora e é, inclusive, bem fácil de ler. É um livro bom do gênero infanto-juvenil, mas que demora um pouquinho para desenrolar a sua história principal.
Vem entender mais:
A saga O Lar da Srta Peregrine para Crianças Peculiares
Este é o primeiro livro da série homônima. Ela tem 6 livros já publicados, com os nomes:
- O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares
- Cidade dos Etéreos
- A Biblioteca de Almas
- Mapa dos Dias
- A Convenção das Aves
- As Desolações do Recanto do Demônio (último lançamento de 2021)
Além das duas principais trilogias, a saga tem mais dois livros extras. Confira todos os detalhes no post sobre a Ordem dos livros de O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares.
Conhecendo o universo das Crianças Peculiares
No começo de O Lar da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, conhecemos Jacob, um adolescente de 16 anos nascido em uma família rica. Ele tem uma vida fácil, mas não quer seguir o mesmo caminho da sua família – muito menos ter que trabalhar na rede empresarial quando crescer.
Apesar de ser um pouco solitário, ele é muito próximo do seu avô, pai do seu pai. Mas sua vida muda drasticamente quando Jacob recebe uma ligação dele, totalmente preocupado, pedindo as chaves do armário de armas.
Jacob não acreditava mais nas histórias loucas do avô, que falava de monstros e crianças com poderes especiais, mas vai para casa para ver o que está acontecendo. Ao chegar lá, ele encontra o avô sem vida e um monstro horrível que só ele aparentemente conseguiu ver.
Esse trauma abre alguns questionamentos na cabeça dele: Será que ele realmente viu o que viu? Será que seu avô estava falando a verdade ou colocando histórias na sua cabeça? E as fotos que ele mostrava, eram reais?
Durante toda a metade do livro, Jacob precisa entender se as histórias que o avô conta são verdadeiras ou apenas a imaginação de alguém traumatizado pela guerra. Para descobrir mais, ele e seu pai vão até uma ilha remota no País de Gales para conhecer as ruínas do orfanato onde seu avô cresceu.
Lá, Jacob, além de encontrar esse tal orfanato, faz novas amizades, entra em encrencas, e tenta entender seu pai nada perfeito – que também está tentando desvendar sua própria vida.
As fotos reais fazem parte da experiência de leitura
Sempre que alguém peculiar é descrito ou uma foto é mencionada, você pode visualizar essas mesmas fotos junto com Jacob. É uma experiência bem diferente e torna a leitura bem mais rica.
As fotos foram encontradas em mercado de pulgas, brechós ou lojas de antiguidades desde a infância de Riggs.
Minha resenha sobre o livro
A aventura de Jacob só realmente começa quando ele descobre mais sobre as crianças peculiares, sobre o que era seu avô e o que esperar de si mesmo.
As mecânicas do universo tem um toque de A Bússola de Ouro – mas não vou dizer muito mais que isso – e são bem explicadinhas. Elas dão abertura para muitas possibilidades para toda a saga.
Porém, a história que realmente é interessante demora para acontecer nesse primeiro livro.
O protagonista leva muito tempo nessa batalha para saber se o avô estava falando a verdade ou não. Fora a própria relação do pai dele com o avô – que um dia também acreditou nas histórias, mas hoje acha que são só formas de explicar os demônios da guerra pela qual ele sobreviveu.
No finalzinho é que somos realmente apresentados a todas as oportunidades que esse universo das crianças peculiares podem trazer. E, durante tudo isso, o livro acabou não me prendendo muito, não tanto como Percy Jackson, por exemplo.
Resumindo, eu recomendo a leitura para quem gosta de livros do gênero para jovens leitores. E para quem busca mais livros assim, não deixe de conferir a nossa lista de o que ler depois de Harry Potter.
Onde fica o orfanato da Srta. Peregrine?
O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares fica em uma pequena ilha do País de Gales, presa em uma passagem do tempo de 1940.
A ilha em si também desperta certa curiosidade. Não é um país que vemos com muita frequência nos livros, e suas descrições sobre como é a vida a vida lá – muito simples, com racionamento de energia e coisa e tal – nos coloca na pele do personagem enquanto ele mesmo explora aqueles lados.
Sobre Ransom Riggs
Ransom Riggs não é só escritor, mas também cineasta. Ele nasceu na Flórida e desde criança tem uma obsessão por fotografia e filmagens.
A história do livro nasceu dessa coleção de fotos esquisitas do autor. Apesar de inicialmente ser só uma ideia para um book, a editora de Riggs incentivou o autor a escrever uma narrativa onde as fotos seriam o ponto principal da história.
Ele também conheceu, na universidade, o John Green, autor de A culpa é das estrelas. Eles são amigos desde aquela época.
O filme de O Lar da Srta Peregrine para Crianças Peculiares
Com a direção de Tim Burton, o mesmo de Alice no País das Maravilhas, o primeiro filme da série foi lançado em 2016.
O filme não recebeu boas críticas, apesar de várias pessoas que não leram tenham gostado do resultado final. Não há nenhuma notícia sobre a continuação da saga.
Uma das partes mais criticadas são as mudanças que Tim Burton fez nos próprios personagens. Por exemplo, Emma no filme tem o poder do ar, enquanto no livro ela tem o poder do fogo. E seu próprio temperamento tem a ver com seu poder especial.
E você, já leu o livro ou assistiu o filme? O que achou?
Se já leu, confira também a resenha do segundo livro: Cidade dos Etéreos. A leitura fica muito mais intensa e madura. Definitivamente não me arrependi de ter dado uma segunda chance para a saga.
Realmente no primeiro livro tem toda a parte de introdução do universo Peculiar Mas o livro já ganhou meu coração desde o início. O estilo de escrita do Ransom me prende e eu acredito que leria qualquer livro que ele escrevesse, a ideia de pegar a coleção de fotos e usar elas na história me conquistou mais ainda. Acredito que Tim Burton arruinou a possibilidade de uma franquia de filmes. Precisaram começar desde o início. Hehehe ansioso para ver sua resenha do segundo livro 🥰
Como dizem “eu leria até a sua lista de compras” hahahaha!
Sim, também acredito que, apesar da fama dele, o Tim Burton afundou a franquia. Mas assim como está rolando com Percy Jackson agora, nada impede de ela ser refeita mais alguns anos para frente.
Pode deixar que a resenha do 2 vai sair, sim 😍
Eu te entendo sobre o livro ser um pouco enrolado, acho que é por estar apresentando todo esse novo universo, mas nos próximos tem mais “ação”. Eu já li o segundo e o terceiro, gosto bastante dessas histórias e sem dúvida as fotos no meio do livro dão um toque especial.
Pois é, estou esperando mais ação agora na continuação. Acredito que teria sido uma experiência melhor se o mistério das crianças peculiares não tivesse sido tão explorado no marketing ou na sinopse. Isso teria deixado a leitura mais instigante (será que as crianças são reais? por exemplo), mas no fim a gente já sabia que eram e demorou muito para o personagem chegar nessa mesma conclusão.