Dia 08/03 é o Dia Internacional da Mulher, data que foi criada pela ONU oficialmente em 1977 para celebrar a luta das mulheres por seus direitos desde o início do século 20.
O primeiro evento que deu um impulso para as mulheres irem às ruas em busca de igualdade de gênero foi uma tragédia que aconteceu em 25 de março de 1911. Nesse dia, aconteceu um incêndio em uma fábrica de roupas, o qual tirou a vida de 146 pessoas: 23 homens e 123 mulheres.
Elas eram o maior número de operárias na época, pois as fábricas as exploravam por serem consideradas mais fracas. Salários mais baixos, jornada de trabalho de mais de 16 horas por dia, muitas vezes em lugares insalubres, eram apenas algumas das diferenças de tratamento entre funcionários homens e mulheres.
Ao longo dos anos, as mulheres foram se empoderando e criaram o movimento feminista, que tem como principal objetivo tornar a sociedade igualitária entre gêneros.
Para apoiar e conscientizar mais pessoas, surgiram diversos livros sobre temas que envolvem a luta das mulheres. Por isso, separamos alguns livros feministas que abordam temas diferentes para que você possa se aprofundar um pouco mais sobre esta luta.
1. O mito da beleza: Como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres
Avaliação: 4.4 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 490
O mito da beleza fala sobre como o culto à beleza e à juventude da mulher é estimulado pelo patriarcado e atua como mecanismo de controle social para evitar que sejam cumpridos os ideais feministas de emancipação intelectual, sexual e econômica conquistados a partir dos anos 1970.
A escritora toca em assuntos difíceis, como distúrbios alimentares e mentais e desenvolvimento da indústria da cirurgia plástica.
2. Quem tem medo do feminismo negro?
Avaliação: 4.5 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 120
Uma seleção de artigos publicados por Djamila Ribeiro no blog da revista Carta Capital, entre 2014 e 2017.
Muitos textos reagem a situações do cotidiano — o aumento da intolerância às religiões de matriz africana; os ataques a celebridades como Maju ou Serena Williams – a partir das quais Djamila destrincha conceitos como empoderamento feminino ou interseccionalidade.
Ela também aborda temas como os limites da mobilização nas redes sociais, as políticas de cotas raciais e as origens do feminismo negro nos Estados Unidos e no Brasil, além de discutir a obra de autoras de referência para o feminismo, como Simone de Beauvoir.
3. Mulheres que correm com os lobos: Mitos e histórias do arquétipo da Mulher Selvagem
Avaliação: 4.3 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 576
Mulheres que correm com os lobos ficou durante um ano na lista de mais vendidos nos Estados Unidos.
Abordando 19 mitos, lendas e contos de fada, como a história do patinho feio e do Barba-Azul, Estés mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos, num processo que punia todas aquelas que se rebelavam.
4. Sejamos todos feministas
Avaliação: 4.5 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 87
Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora Chimamanda Ngozi Adichie no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.
Neste ensaio, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para mostrar que muito ainda precisa ser feito até que alcancemos a igualdade de gênero.
Segundo ela, tal igualdade diz respeito a todos, homens e mulheres, pois será libertadora para todos: meninas poderão assumir sua identidade, ignorando a expectativa alheia, mas também os meninos poderão crescer livres, sem ter que se enquadrar em estereótipos de masculinidade.
5. Querida Ijeawele – Como Educar para o Feminismo
Avaliação: 4.4 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 96
Neste texto intimista, a escritora faz 15 sugestões sobre como educar filhos para o feminismo. O seu objetivo? Fortalecer as novas gerações de mulheres e proporcionar-lhes ferramentas para crescerem com um maior sentido de identidade e independência.
Da aparência à parentalidade, do casamento à sexualidade e até mesmo à escolha dos brinquedos na infância, a autora explora temas fundamentais e incita as mulheres a desprenderem-se dos velhos mitos. Querida Ijeawele é um texto curto, mas repleto de sabedoria. Um manifesto sobre o feminismo que não é apenas para mulheres. Porque o feminismo não pressupõe a exclusão dos homens.
6. O conto da Aia
Avaliação: 4.3 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 368
O romance distópico O conto da Aia, de Margaret Atwood, se passa num futuro muito próximo e tem como cenário uma república onde não existem mais jornais, revistas, livros nem filmes. As universidades foram extintas. Também já não há advogados, porque ninguém tem direito a defesa.
Os cidadãos considerados criminosos são fuzilados e pendurados mortos no Muro, em praça pública, para servir de exemplo enquanto seus corpos apodrecem à vista de todos. Para merecer esse destino, não é preciso fazer muita coisa – basta, por exemplo, cantar qualquer canção que contenha palavras proibidas pelo regime, como “liberdade”.
Nesse Estado teocrático e totalitário, as mulheres são as vítimas preferenciais, anuladas por uma opressão sem precedentes. Com esta história assustadora, Margaret Atwood leva o leitor a refletir sobre liberdade, direitos civis, poder, a fragilidade do mundo tal qual o conhecemos, o futuro e, principalmente, o presente.
7. Mulheres, Mitos e Deusas: O feminino através dos tempos
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 448
Ao tomar contato com a história e os dilemas vividos por figuras como Afrodite, Cinderela, Simone de Beauvoir e Virginia Woolf, a autora nos guia em uma viagem de resgate da essência perdida ao ressignificar o papel feminino no mundo.
O livro revela uma análise inteligente dos arquétipos, dos mitos e das lendas construídos em torno da mulher, demonstrando como eles acabaram por reafirmar o machismo na cultura ocidental.
8. Eu sou Malala: A história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 360
Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação.
Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola.
A recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz.
Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens.
9. Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpos e Acumulação Primitiva
Avaliação: 4.7 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 460
Nesse livro é abordado um esquema interpretativo que lança bastante luz sobre duas questões históricas muito importantes: como explicar a execução de centenas de milhares de “bruxas” no começo da Era Moderna e por que o surgimento do capitalismo coincide com essa guerra contra as mulheres.
Segundo esse esquema, a caça às bruxas buscou destruir o controle que as mulheres haviam exercido sobre sua própria função reprodutiva, e preparou o terreno para o desenvolvimento de um regime patriarcal mais opressor. Essa interpretação também defende que a caça às bruxas tinha raízes nas transformações sociais que acompanharam o surgimento do capitalismo.
10. O momento de voar: Como o empoderamento feminino muda o mundo
Avaliação: 4.4 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 240
Guiados pela crença de que todas as vidas têm o mesmo valor, Melinda Gates e seu ex-marido, Bill, o lendário fundador da Microsoft, há anos vêm trabalhando para reduzir as desigualdades ao redor do mundo.
Em seus esforços para acabar com a pobreza, uma questão foi se tornando cada vez mais clara para Melinda: para mudar a vida de uma comunidade, o ponto de partida crucial é o empoderamento das mulheres e o fortalecimento de sua autonomia na sociedade.
Aqui, ela divide histórias inesquecíveis e apresenta dados chocantes sobre as causas que mais precisam de atenção hoje – como o combate ao casamento infantil, a universalização do acesso a métodos anticoncepcionais e o fim da desigualdade de gênero no mercado de trabalho.
11. A princesa salva a si mesma neste livro
Avaliação: 4.1 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 205
Esse livro de poesia fala sobre resiliência e, sobretudo, sobre a possibilidade de escrevermos nossos próprios finais felizes. Esta é uma obra sobre amor, perda, sofrimento, redenção, empoderamento e inspiração.
Dividido em quatro partes (“A princesa”, “A donzela”, “A rainha” e “Você”), o livro combina o imaginário dos contos de fada à realidade feminina do século XXI com delicadeza, emoção e contundência.
12. O segundo sexo
Avaliação: 4.4 ⭐⭐⭐⭐
Páginas: 891
O segundo sexo de Simone de Beauvoir é considerado a bíblia do feminismo.
Ele foi escrito em 1949 e é dividido em 2 volumes. A famosa frase “Não se nasce mulher, torna-se mulher” é dessa clássica obra que explicita as formas de opressão machistas.