O homem de giz é o primeiro livro da autora C. J. Tudor. Lançado em 2018, o livro foi um sucesso já em sua estreia.
A autora esteve no Brasil na Bienal do livro no ano seguinte para falar sobre ele. Na época foi o maior alvoroço, pois o livro, além de ser um dos mais vendidos do ano, foi indicado no Twitter pelo renomado escritor Stephen King.
Todo esse reconhecimento fez com que a autora fosse considerada, na época, uma das escritoras de terror/suspense mais promissoras. Minha opinião é que ela realmente validou essa premissa em sua carreira, não apenas pelos livros lançados, mas por sua escrita se superar e melhorar a cada livro. Vou comentar no final um pouco mais sobre isso.
Se isso despertou seu interesse em saber mais sobre ela e suas obras, não deixe de conferir todos os livros da CJ Tudor.
Um pouco sobre a trama de O homem de giz
O livro conta a história de Eddie, um professor que vem tentando superar e esquecer o passado traumático. Ele é um homem solteiro, que mora na casa que era de seus pais e que por questões financeiras acaba alugando um quarto para uma jovem chamada Chloe.
Um dia ele recebe uma correspondência, e dentro do envelope tem apenas um pedaço de giz e um desenho de um boneco de palito enforcado.
Isso faz com que ele relembre de todos os traumas de infância.
O livro segue duas linhas do tempo: em 2016 acompanhando a vida adulta de Eddie; e em 1986 durante a sua infância. A autora conseguiu colocar de uma forma que o leitor não fique perdido (isso já aconteceu comigo em outros livros e sinceramente me incomoda um pouco, mas aqui funcionou super bem).
Durante as férias de verão em 1986 o protagonista passou por algumas situações traumáticas, algumas junto com seus amigos e outras sozinho. Entre elas estão um acidente de um brinquedo de parque de diversões e a descoberta de um cadáver desmembrado.
Por si só isso já é bastante incômodo para uma criança, mas o mais assustador é que eles encontraram o corpo após alguém utilizar uma forma secreta que Eddie e os amigos tinham para se comunicar: desenhar bonecos de palito de giz.
SIM! O mesmo boneco que ele recebeu em 2016, quando já era adulto e quando a pessoa responsável pelo assassinato já havia falecido.
Minha opinião sobre O homem de giz
Não dá para negar que O homem de giz é um livro muito bom. Ele te prende do começo ao fim e é do tipo de livro que tem muitas reviravoltas, ficando praticamente impossível adivinhar o final.
Alguns pontos que eu gostei são o fato que o livro físico em si é muito lindo. Gosto que a editora tenha mantido o padrão nos livros da C. J. Tudor, sendo todos com capa dura, a lateral pintada e possuindo detalhes em relevo com textura de giz.
Em O homem de giz a primeira página de cada capítulo é da cor preta, colaborando para que você prestasse atenção em qual linha do tempo estaria lendo e fazendo com que você não se perdesse na leitura.
Outro ponto que gostei muito é que O Homem de Giz tem duas representações no livro. A primeira delas são os bonecos de palito desenhados com giz e a segunda é o apelido que os alunos dão para um professor um tanto “exótico”.
Por sinal, esse mesmo professor é o que sugere a brincadeira de se comunicar por códigos, algo que o grupo de amigos do Eddie rapidamente escolheu fazer através dos desenhos de boneco de giz.
Sobre a escrita da C.J. Tudor
Eu sou fã da C.J. Tudor e sempre brinco que leria até a lista de compras dela, mas preciso confessar que esse livro me decepcionou um pouco. Isso NÃO quer dizer que o livro é ruim, mas acho que eu sabotei minha experiência de leitura escolhendo ler os livros dela em uma ordem errada.
Lembra quando eu falei no começo do texto que ela vem se superando a cada obra lançada?
Então, O homem de giz foi o primeiro livro dela lançado, mas acabou sendo o último que eu li. Por já ter mais conhecimento sobre como ela constrói os personagens e cenários, para mim ficou muito claro ver as referências e similaridades entre os personagens de outras obras, e isso fez com que algumas coisas fossem um pouco previsíveis para mim.
Como em todos os livros da autora, ela escreve de uma maneira os detalhes do dia a dia de uma forma com que você sinta como se estivesse dentro desse universo, e é incrível que a leitura deles te transporte para esses lugares, mas o que aconteceu comigo foi que, por conhecer os outros livros dela, eu acabei percebendo quais detalhes eram essenciais para a resolução do mistério e quais eram apenas para te fazer viver essa experiência de aventura junto com o Eddie e os amigos.
Por esses pontos, minha avaliação sobre O homem de giz acabou ficando como 3 estrelas e minha sequência de livros favoritos da C.J Tudor ficou:
- Garotas em chamas (2021)
- As outras pessoas (2020)
- O Homem de Giz (2018)
- O que aconteceu com Annie (2019)
Lembrando que os livros não são sequências, eles são obras com histórias independentes, mesmo assim sugiro ir lendo na ordem de lançamento para que você perceba a evolução na escrita da autora.
A C.J. Tudor lançou mais dois livros, Onze portas para a escuridão e The Drift, que ainda não chegou no Brasil, mas garanto para vocês que assim que possível irei ler e trazer para vocês minha opinião. Você pode ver tudo que sabemos sobre os lançamentos no post sobre todos os livros da CJ Tudor.
Sinopse de O Homem de Giz
Autora: C.J. Tudor
Editora: Intrínseca
Lançamento: 2018
Páginas: 272
Sinopse: Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.
Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.
Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.