Guerras, mulheres protagonistas, magia, engodos políticos e mais guerras. O livro O Senhor da Torre, segundo livro da trilogia A Sombra do Corvo, não para e surpreende a cada capítulo com sua escrita vibrante, cenas de ação e muitas mudanças na história.
Personagens ainda mais incríveis
Diferente do seu primeiro volume, A Canção do Sangue, aqui não estamos mais falando da história de Vaelin al Sorna – mas de reis, rainhas, escravos, messias e guerreiros.
Conhecemos mais da princesa Lyrna, que nessa edição mostra toda sua inteligência e perspicácia. Uma princesa cansada de apenas sentar ao lado do rei, seu irmão, mas não cansada de entender o mundo e finalmente ter suas respostas. É uma personagem que realmente rouba a cena com suas respostas aguçadas e olhar crítico.
Também somos apresentadas a Reva, uma menina criada a chibatadas para matar Al Sorna. Na busca por essa missão, ela acaba conhecendo mais da sua religião, da vida e das pessoas, transformando-se em uma ótima guerreira através dos treinamentos do Matador do Esperança.
E, claro, continuamos conhecendo o desenrolar da história do personagem principal, as visões que teve no primeiro livro e por que diversos acontecimentos foram direcionados especialmente a ele.
Mesmo não sendo mais o único personagem principal, o Lâmina Negra não perdeu nem um pouco da sua importância e poder. Ele continua sendo aquele personagem carismático, leal e, agora, muito mais maduro e calmo.
Vaelin, apesar de cansado de guerras como vimos no final do primeiro livro, continua batalhando. Sua canção do sangue está no nível máximo e no fim de O Senhor da Torre entendemos do que ele REALMENTE é capaz.
“Vaelin esperara que os dias de mapas e planos de batalha tivessem ficado no passado e que nos Confins não houvesse mais necessidade de orquestrar matanças, mas, como sempre, a guerra dera um jeito de encontrá-lo”
Uma trama complexa, imprevisível e emocionante
A narrativa de O Senhor da Torre é contada por Vaelin, Lyrna, Frentis, Reva e Verniers, agora escravo volariano.
No meio de todos os acontecimentos desses personagens, entendemos ainda mais sobre o grande inimigo imortal. Ele busca, nada mais e nada menos, o mesmo que qualquer antagonista clichê: a destruição do mundo.
Por que? Dá para ter uma noção, mas ainda não foi 100% explicada a vontade do “aliado”. De qualquer forma, pela primeira vez entendemos melhor como os imortais são escolhidos e como é o Império volariano, detalhes que não haviam sido explicados em A Canção do Sangue.
A magia, no caso as “trevas”, agora não é mais algo ruim ou aquilo que não deve ser comentado. Conhecemos diversos tipos de dons, usados de forma objetiva e estratégica.
Um ponto negativo é que me perdi um pouco na quantidade de nomes que temos que decorar nesse novo volume.
O começo também é um pouco lento, com cada personagem sendo contextualizado, cada detalhe importante sendo mostrado. Mas tudo isso compensa algumas páginas adiante. É aí que você não vai querer largar o livro.
O Senhor da Torre tem todas as características de um ótimo livro de fantasia: guerra, magia, plot twist, política e muitas cenas de ação. Simplesmente não dá para perder.
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