O prêmio Hugo (ou Hugo Awards) elege, todos os anos, os melhores livros ou obras de ficção científica ou fantasia. A seleção dos livros é feita pelos membros da Worldcon, e a divulgação dos ganhadores acontece no evento anual chamado World Science Fiction Convetion.
O prêmio ficou tão conhecido por aqui pois é um dos prêmios mais importantes e mencionados do gênero da ficção. Além disso, é amplamente utilizado pelo marketing das editoras – não à toa, quando um livro é premiado, logo aparece em todas as capas algo como “ganhador do prêmio Hugo“.
O que é o Prêmio Hugo?
O Prêmio Hugo, ou Hugo Awards, é uma das premiações mais prestigiadas no campo da ficção científica e fantasia.
Realizada anualmente, a premiação homenageia as melhores obras do ano anterior dentro das categorias:
- Melhor romance
- Melhor noveleta
- Melhor novela
- Melhor conto
- Melhor trabalho relacionado
- Melhor série
- Melhor história em quadrinhos
- Melhor semiprozine
- Melhor artista profissional
- Melhor drama, longa
- Melhor drama, curta
- Melhor art book
- Melhor editor de curtas
- Melhor editor de longas
- Melhor revista de fãs
- Melhor fancast
- Melhor fã escritor
- Melhor fã artista
O nome do prêmio é uma homenagem a Hugo Gernsback, um editor influente que ajudou a popularizar a ficção científica.
Premiando as melhores obras de 1952, o 1º Hugo Award foi apresentado em 1953. Então, desde 1955, a premiação ocorre anualmente.
Como funciona a votação do Prêmio Hugo?
Os vencedores são decididos pelos membros da World Science Fiction Convention, também conhecida como “Worldcon”.
No início de cada ano, os membros podem nomear até cinco obras ou autores favoritos do ano anterior em 15 categorias diferentes.
O sistema de votos utilizado pelo prêmio utiliza um método chamado “voto preferencial instantâneo”, onde os eleitores classificam os indicados em ordem de preferência.
Se nenhum candidato recebe mais de 50% dos votos na primeira contagem, o candidato com menos votos é eliminado, e os votos são redistribuídos de acordo com as preferências dos eleitores, repetindo-se o processo até que um candidato atinja a maioria.
Melhor livro de ficção científica ou fantasia de 2024: Some Desperate Glory
O evento de premiação do melhor livro de ficção ou fantasia de 2023 aconteceu no dia 11 de agosto de 2024.
Quem ganhou o prêmio foi o livro Some Desperate Glory, de Emily Tesh.
Sinopse traduzida de Some Desperate Glory
Desde que nasceu, Kyr foi treinada para o dia em que poderá vingar a destruição do planeta Terra. Criada nas profundezas da Estação Gaea junto aos últimos resquícios da humanidade, ela se prepara para enfrentar a Sabedoria, a poderosa arma que molda a realidade e que deu aos majoda a vitória sobre a humanidade.
Eles são o que restou. Eles são os que devem sobreviver. Kyr é uma das melhores guerreiras de sua geração, a espada de um planeta morto. Quando o Comando designa seu irmão para uma morte certa e a relega ao Berçário para gerar filhos até morrer tentando, ela sabe que deve tomar a vingança da humanidade em suas próprias mãos.
Junto com o amigo brilhante, mas rebelde, de seu irmão e um alienígena solitário e cativo, Kyr foge de tudo o que conhecia para um universo muito mais complicado do que lhe ensinaram e muito mais maravilhoso do que poderia imaginar.
Nomeados ao prêmio de 2024
Confira os 6 livros lançados em 2023 nomeados para melhor ficção científica ou fantasia do prêmio Hugo 2024.
Capa | Título | Autor |
---|---|---|
The Adventures of Amina al-Sirafi | Shannon Chakraborty | |
The Saint of Bright Doors | Vajra Chandrasekera | |
Some Desperate Glory | Emily Tesh | |
Starter Villain | John Scalzi | |
Translation State | Ann Leckie | |
Witch King | Martha Wells |
Witch King e The Saint of Bright Doors também foram nomeados para o prêmio Nebula, sendo que o segundo ganhou o título de melhor livro de 2023.
→ Conheça o Nebula Award, outra premiação de ficção científica e fantasia, que acontece todos os anos nos Estados Unidos, e todos os seus ganhadores.
Infelizmente, nenhum desses livros chegou no Brasil, mas esses autores não são completamente desconhecidos por aqui.
- Shannon Chakraborty é conhecida por seu livro de fantasia O Priorado da Laranjeira.
- Já John Scalzi é famoso por seu livro de ficção, A Guerra do Velho, que está inclusive na nossa lista de melhores livros de ficção científica.
- Por fim, Martha Wells acabou de chegar por aqui com seu livro Alerta Vermelho, pela editora Editora Aleph.
Melhor livro de ficção científica ou fantasia de 2023
Nettle & Bone, de T. Kingfisher
Nettle & Bone, de T. Kingfisher, foi o ganhador do prêmio Hugo em 2023. O livro ainda não chego por aqui.
Sinopse traduzida
“Essa não é o tipo de conto de fadas onde a princesa se casa com um príncipe. É o tipo onde ela o mata.
Marra — uma filha tímida, criada em um convento, e terceira na linha de sucessão — está aliviada por não ser casada para garantir o trono dos pais. Sua irmã mais velha não teve a mesma sorte, e seu marido real é tão abusivo quanto poderoso. Do conforto do convento, Marra se pergunta quem irá resgatar sua irmã e pôr fim a isso. Mas, após anos vendo suas famílias e reinos fingirem que tudo está bem, Marra percebe que, se algum herói vier, será ela mesma.
Se Marra conseguir completar três tarefas impossíveis, uma bruxa lhe concederá as ferramentas necessárias. Mas, como acontece em histórias de príncipes e do impossível, essas tarefas são apenas o começo da estranha e encantadora jornada de Marra para salvar sua irmã e derrubar um trono.”
Nomeados a melhores livros de ficção científica ou fantasia em 2023
Os nomeados para melhores livros do prêmio Hugo em 2023 foram mais estes:
- The Daughter of Doctor Moreau, de Silvia Moreno-Garcia
- A Sociedade de Preservação dos Kaiju, de John Scalzi (chega em 2024)
- Legends & Lattes, de Travis Baldre
- Nona the Ninth, de Tamsyn Muir
- The Spare Man, de Mary Robinette Kowal
Lista de todos os livros vencedores do Prêmio Hugo
Capa | Título | Autor | Ano |
---|---|---|---|
Some Desperate Glory* | Emily Tesh | 2024 | |
Nettle & Bone* | T. Kingfisher | 2023 | |
A Desolation Called Peace* | Arkady Martine | 2022 | |
Network Effect* | Martha Wells | 2021 | |
A Memory Called Empire* | Arkady Martine | 2020 | |
The Calculating Stars* | Mary Robinette Kowal | 2019 | |
O Céu de Pedra, A Terra Partida #3 | N.K. Jemisin | 2018 | |
O Portão do Obelisco, A Terra Partida #2 | N.K. Jemisin | 2017 | |
A Quinta Estação, A Terra Partida #1 | N.K. Jemisin | 2016 | |
O Problema dos Três Corpos | Cixin Liu | 2015 | |
Justiça Ancilar | Ann Leckie | 2014 | |
Redshirts | John Scalzi | 2013 | |
Among Others* | Jo Walton | 2012 | |
Blackout/All Clear* | Connie Willis | 2011 | |
A cidade e a cidade | China Miéville | 2010 | |
The Windup Girl* | Paolo Bacigalupi | 2010 | |
O livro do cemitério | Neil Gaiman | 2009 | |
Associação Judaica de Polícia | Michael Chabon | 2008 | |
Rainbows End* | Vernor Vinge | 2007 | |
Spin* | Robert Charles Wilson | 2006 | |
Jonathan Strange & Mr. Norrell | Susanna Clarke | 2005 | |
Paladin of Souls* | Lois McMaster Bujold | 2004 | |
Hominids* | Robert J. Sawyer | 2003 | |
Deuses Americanos | Neil Gaiman | 2002 | |
Harry Potter e o Cálice de Fogo, Harry Potter #4 | J. K. Rowling | 2001 | |
A Deepness in the Sky* | Vernor Vinge | 2000 | |
O livro do juízo final, Oxford Time Travel #1 | Connie Willis | 1999 | |
Forever Peace* | Joe Haldeman | 1998 | |
Blue Mars* | Kim Stanley Robinson | 1997 | |
The Diamond Age* | Neal Stephenson | 1996 | |
Mirror Dance* | Lois McMaster Bujold | 1995 | |
Green Mars* | Kim Stanley Robinson | 1994 | |
A Fire Upon the Deep* | Vernor Vinge | 1993 | |
Barrayar* | Lois McMaster Bujold | 1992 | |
The Vor Game* | Lois McMaster Bujold | 1991 | |
Hyperion | Dan Simmons | 1990 | |
Cyteen* | C. J. Cherryh | 1989 | |
The Uplift War* | David Brin | 1988 | |
Speaker for the dead* | Orson Scott Card | 1987 | |
O Jogo do Exterminador | Orson Scott Card | 1986 | |
Neuromancer | William Gibson | 1985 | |
Startide Rising* | David Brin | 1984 | |
Limites da Fundação | Isaac Asimov | 1983 | |
Downbelow Station* | C. J. Cherryh | 1982 | |
The Snow Queen* | Joan D. Vinge | 1981 | |
As Fontes do Paraíso | Arthur C. Clarke | 1980 | |
Dreamsnake* | Vonda N. McIntyre | 1979 | |
Gateway* | Frederik Pohl | 1978 | |
Onde os Últimos Pássaros Cantaram | Kate Wilhelm | 1977 | |
Guerra Sem Fim | Joe Haldeman | 1976 | |
Os Despossuídos | Ursula K. Le Guin | 1975 | |
Encontro com Rama | Arthur C. Clarke | 1974 | |
Os Próprios Deuses | Isaac Asimov | 1973 | |
To Your Scattered Bodies* | Philip José Farmer | 1972 | |
Ringworld* | Larry Niven | 1971 | |
A Mão Esquerda da Escuridão | Ursula K. Le Guin | 1970 | |
Stand on Zanzibar* | John Brunner | 1969 | |
Lord of Light* | Roger Zelazny | 1968 | |
The Moon is a Harsh Mistress* | Robert A. Heinlein | 1967 | |
Duna, Crônicas de Duna #1 | Frank Herbert | 1966 | |
And Call Me Conrad* | Roger Zelazny | 1966 | |
The Wanderer* | Fritz Leiber | 1965 | |
Here Gather the Stars* | Clifford D. Simak | 1964 | |
O Homem do Castelo Alto | Philip K. Dick | 1963 | |
Um Estranho Numa Terra Estranha | Robert A. Heinlein | 1962 | |
Um Cântico para Leibowitz | Walter M. Miller | 1961 | |
Tropas Estelares | Robert A. Heinlein | 1960 | |
A Case of Conscience* | James Blish | 1959 | |
The Big Time* | Fritz Leiber | 1958 | |
Double Star* | Robert A. Heinlein | 1956 | |
They’d Rather Be Right* | Mark Clifton e Frank Riley | 1955 | |
Fahrenheit 451 | Ray Bradbury | 1954** | |
The Demolished Man* | Alfred Bester | 1953 | |
Farmer in the Sky* | Robert A. Heinlein | 1951** | |
O Mulo, Fundação e Império | Isaac Asimov | 1946** | |
Shadow Over Mars* | Leigh Brackett | 1945** | |
Conjure Wife* | Fritz Leiber | 1944** | |
Beyond This Horizon* | Anson MacDonald | 1943** | |
Slan* | A.E. Van Vogt | 1941** | |
A Espada na Pedra, Série O Único e Eterno Rei #1 | T. H. White | 1939** |
Se vê como o gosto literário é bastante pautado por este premio, uma vez alguns títulos passaram a ter relevância apenas depois e não antes, da premiação.
O academicismo, neste caso, não é capaz de conter a corrente cultural de cada época, premiando em sua maioria literatura de massa, diferente do que vemos no Oscar, por exemplo, com filmes premiados que ninguém quer assistir.
Um adendo ao seu comentário William, é que, muito diferente de prêmios acadêmicos, qualquer um pode votar no prêmio Hugo. “Basta” aderir como membro da Worldcon daquele ano, seja apenas para votar ou para participar do evento de premiação em si. Basta está entre aspas porque os valores para ser membro começam em 50 dólares.