Em Eldest, a continuação do livro Eragon, surge um novo herói “típico” no ciclo da Herança: o primo de Eragon, Roran.
Depois que Eragon e Saphira fugiram de Carvahall, Roran ficou sem emprego, sem fazenda e sem poder pedir Katrina em casamento. Sem dinheiro e sem propriedade, ele sabia que teria que começar do zero se quisesse a aprovação do futuro sogro.
Só que, para piorar a situação toda, ninguém esperava que os Razac voltassem para o vilarejo atrás de respostas – e do primo de Eragon como prêmio.
Eldest é uma leitura diferente, mas ainda uma boa continuação para a saga do Ciclo da Herança.
Consequências indesejadas, treinamentos e mais guerras em Eldest
Em Eldest, Eragon enfrenta as consequências de seus atos após ter derrotado o Espectro no final do primeiro volume. Apesar de agora levar uma cicatriz feia e dolorosa, chegou a hora do Cavaleiro conhecer o Imperfeito Que É Perfeito e começar seu verdadeiro treinamento com os elfos.
Ainda falando em consequências, aquela benção que Eragon e Saphira deram no primeiro livro não foi esquecida. Durante o treinamento do cavaleiro descobrimos o que aconteceu com o bebê – e o que uma palavra dita pode fazer com o destino de alguém.
– Todos somos tolos de vez em quando.
Saphira para Eragon
– Isso não torna as coisas mais fáceis quando é a sua vez de fazer papel de bobo.
Enquanto isso, Roran se vê em uma situação que precisa fugir de Carvahall com toda a sua população. Uma verdadeira prova de liderança e sagacidade.
E no fim de tudo isso, mais guerras! Sim, Eldest também termina em outra guerra – e dessa vez a batalha será muito mais estratégica. Afinal, o poder está do lado de quem tem mais magia.
Novos vínculos difíceis
Apesar de Roran ter um par romântico, já não dá para dizer o mesmo do primo, né?
Convencido que não consegue tirar Arya da cabeça, Eragon descobre esse sentimento novo e tem dificuldades de lidar com ele – o que fica cada vez mais latente com a proximidade deles na floresta dos elfos.
Aqueles que nós amamos são normalmente os seres mais estranhos para nós.
Outro vínculo difícil será o que o cavaleiro se pré-dispôs, por falta de termo melhor, com todas as raças de Alagaësia. Seu vínculo com Nasuada e os Varden, seu treinamento com os elfos e o presente dos anões, tornam sua vida uma teia esquisita de lealdade e dever entre todos os povos da Alagaesia.
Eragon não é um cavaleiro livre e muito menos um líder. E talvez assim seja melhor?
Personagens que ganham força e destaque
Além de Roran, que ganha sua própria parcela de narrativa com sua fuga de Carvahall, em Eldest o destaque é para Nasuada, a filha de Ajihad.
No primeiro livro, Nasuada aparece só como uma filha do líder dos Varden. Com a morte de seu pai, e com agora muito mais responsabilidade para lidar, ela se destaca por sua atitude, suas escolhas e sua liderança inovadora.
Eu amo essa personagem pela sua força – uma força humana, dolorida e resultado do seu alto senso de dever para com os Varden.
Angela, a herbolária, continua surpreendendo, principalmente com seus diálogos malucos. Sem falar de Arya, que tem sua história e suas origens um pouco mais explicadas.
Suponho que eu não vá vê-los por um tempo, por isso adeus, tenham toda a sorte do mundo, evitem repolho assado, não comam cera de ouvido, e vejam o lado luminoso da vida.
Ângela, para Eragon e Saphira
Uma narrativa um pouco diferente, mas ainda uma boa continuação
No volume 2 de Eragon a narrativa é separada em dois personagens: Eragon e Roran. Acredito que foi uma decisão importante para balancear os momentos monótonos do treinamento do cavaleiro com a ação e as lutas de Roran.
Eu particularmente não gostei tanto assim das partes do Martelo Forte (apelido de Roran) por serem um pouco mais descritivas que o costume. Ele não me gerou tanta empatia quanto Eragon, a princípio, então fiz uma leitura rápida das partes dele.
Todo o romance dele com Katrina também é bem clichêzinha, enquanto Eragon só leva patada da Arya (que também pode ser considerado outro clichê, eu sei).
Os momentos da guerra também são bastante aproveitados e a revelação do final, que até explica o nome do livro Eldest (significa “mais velho” em inglês, tem um impacto MUITO BOM para engatar no livro 3.
Entre todos da saga A Herança, Eldest é o meu menos favorito. Mas ainda assim é um livro fácil e rápido de ler se você desconsiderar as descrições longas.
Minha nota final é 4 de 5.
Que a felicidade o guie, a paz viva no seu coração, e as estrelas zelem pelo seu caminho.
Se você quer continuar lendo sobre a saga Ciclo da Herança, não deixe de acessar a resenha de Brisingr, o livro 3.
Sou obrigado a concordar contigo, da saga inteira esse é o menos bom, haha.
É um livro transitório na saga e essa coisa da transição geralmente é mais chatinha até desenvolver o que precisa ser desenvolvido. LotR também tem essa fase transitória, é algo normal na “jornada do herói” né.
Enfim, não é o melhor livro da saga mas ainda assim tem o seu valor e traz muitas coisas interessantes e relevantes para a história.
Essa saga é foda ♥
É verdade! Esse momento é importante para construir os diversos personagens que são importantes nessa guerra. E sem eles não seria possível chegar no último volume, né?