Se você curtiu Eragon e achou que a história tinha acabado em Herança, talvez não saiba que existe uma continuação chamada O garfo, a bruxa e o dragão.
Pois é! Esse pequeno livro é uma junção de 3 contos narrados para Eragon após 1 ano de sua saída de Alagaësia. E quão grande foi minha surpresa e entusiasmo ao ficar sabendo disso!
E, ao mesmo tempo, que decepção.
Essa reviravolta de sentimentos aconteceu porque eu li esse livro com a expectativa completamente errada. Você precisa ler O Garfo, a Bruxa e o Dragão pelo que ele é: uma série despretensiosa de contos de Alagaësia, e não uma continuação de fato do ciclo A Herança.
Então deixa eu te contar mais sobre o que esperar desse livro.
Um breve enredo sobre a criação do novo lar dos dragões
Nas primeiras páginas de O garfo, a bruxa e o dragão, vemos Eragon ocupado com seus novos afazeres administrativos, já que agora ele é responsável por treinar novos cavaleiros e de cuidar dos ovos e dos eldunari.
Esse pequeno trecho mata um pouco a saudade que tínhamos dele e de Saphira, e também responde uma ou outra perguntinha que ficou sobre o futuro dos dois depois de Herança.
Quando Eragon se cansa e busca por outra coisa para fazer que não seja ler papéis (por ordem de Saphira, claro 😂), somos apresentados ao primeiro conto – uma história de algo que está acontecendo naquele momento na própria Alagaësia:
Conto #1 – O Garfo
O garfo começa sendo narrado por uma menina que está passando por algumas dificuldades com seus amiguinhos.
Depois de empurrar seu melhor amigo em uma festa, ela sai correndo e volta para a sua casa, uma taverna. Lá ela encontra um aventureiro em uma das mesas, comendo com um garfo.
E claro que esse aventureiro não seria apenas um aventureiro qualquer. Você consegue adivinhar quem ele é?
O conto em si é bom, bastante envolvente e te deixa com uma pontada de curiosidade sobre algumas pontas soltas que o escritor deixa propositalmente.
Conto #2 – A bruxa
Após voltar da sua visão, Eragon é surpreendido com a presença da Angela e da menina amaldiçoada, Elva.
Não sabendo o que seu futuro aguarda, Angela deixa com Eragon alguns relatos da sua vida e como foi sua estadia com seu mestre – aquele que Eragon esbarrou enquanto andava na floresta, voltando do ataque aos Ra’zac, em Brisingr.
Esses relatos explicam algumas coisas que eram até então inexplicáveis da personalidade e da capacidade de Angela de estar sempre no lugar certo o tempo todo.
O conto em si é bem interessante, apesar de um pouco diferente dos outros textos. Imagino que seja porque ele foi escrito pela irmã de Christopher Paolini, a pessoa que inspirou a personagem.
Sinceramente eu esperava um pouco mais, com mais explicações e um enredo específico. Mas até que deixa uma certa magia a personagem continuar sendo tão misteriosa como ela é.
Conto #3 – O dragão
Por fim, o último conto é o mais longo – e para mim foi o mais chato.
Ele é um dos contos que fazem parte da cultura dos Urgals, uma raça que não foi muito aprofundada em todo Ciclo da Herança.
Achei a narrativa muito parecida com a do próprio Eragon e a história um pouco chata e lenta. Muito possivelmente porque eu não tinha muito interesse na vida dos Urgals para começo de conversa, apesar de eles serem uma raça mal compreendida de forma geral.
Li muitas opiniões contrárias sobre essa minha opinião – sobre como esse é o melhor conto do livro justamente por mostrar um pouco mais da raça.
Mas, bem, só você mesmo para saber se vai curtir ou não.
A história, em resumo, é sobre uma Urgal que quer vingar a morte do seu pai. Só que o seu inimigo é nada mais e nada menos que um dragão selvagem.
Um gostinho de quero mais
Como você pode ver, eu me decepcionei muito quando percebi que esse livro não pode ser considerado uma continuação direta de Eragon.
Mas fiquei feliz que ele deixou brechas para que uma continuação aconteça.
O primeiro conto realmente poderia facilmente ser transformado em um livro ou trilogia para esse universo (o que de fato, foi, com o lançamento do livro Murtagh em 2023). Fora o pequeno adendo no final da história que veio com relativa surpresa.
Sinceramente, eu considero esse livro como um experimento de Christopher para saber se o universo que ele criou ainda tem apelo aos fãs.
Afinal ele logo depois lançou mais um livro, Dormir em um mar de estrelas, e sua carreira de escritor não chegou ao fim, como eu achei que tinha quando ele lançou Herança e disse que não pensava mais em escrever comercialmente.
Nas páginas finais do livro, inclusive, ele fala que queria provar que poderia escrever um livro com menos de 400 páginas e que ele gastou bastante tempo criando esse universo para nunca mais falar sobre ele.
Os livros do Ciclo da Herança
Obs da Ana do futuro: minhas predições estavam certas. Em 2023, o autor lançou mais um livro, Murtagh, continuando exatamente o conto que mencionei.
Eu conto mais detalhes sobre um possível livro 5 no post sobre todo o Ciclo da Herança.
Sinopse de O Garfo, a Bruxa e o Dragão
Ciclo A Herança #5
Autor: Christopher Paolini
Páginas: 227
Sinopse: Um andarilho e uma criança amaldiçoada. Feitiços e magia. E dragões, é claro. Bem-vindo de volta ao mundo de Alagaësia.
Já faz um ano desde que Eragon deixou Alagaësia em busca de um lar perfeito para treinar uma nova geração de Cavaleiros de Dragão. Agora ele enfrenta uma série de dificuldades que parecem não acabar nunca: construir um grande abrigo para dragões, discutir com fornecedores, proteger ovos de dragão, e lidar com tropas de Urgals e com elfos arrogantes.
Então, uma visão dos Eldunarí, visitantes inesperados e uma lenda Urgal oferecem uma distração necessária e uma nova perspectiva. Esse volume tem três histórias originais que se passam em Alagaësia, intercaladas com cenas de Eragon em sua própria aventura.