Violeta é um dos livros mais recentes da escritora chilena, Isabel Allende, publicado em 2022.
O livro narra a história de uma pessoa que viveu por um século, nos anos mais conturbados de nossa história humana.
Por que você deveria conhecer Isabel Allende
Isabel Allende nasceu em 2 de agosto de 1942, em Lima, no Peru, onde seu pai, um diplomata chileno, estava em serviço. Apesar de seu local de nascimento, Isabel tem nacionalidade chilena e tornou-se cidadã norte-americana em 2003.
No momento, Allende já publicou 23 romances, mas seu livro mais famoso foi A Casa dos Espíritos (1982), conquistando grande público e crítica. A obra ganhou adaptação para o cinema em 1993, com um elenco estrelado que inclui Meryl Streep, Jeremy Irons, Winona Ryder e Antonio Banderas.
A Casa dos Espíritos e Violeta possuem uma ligação: Clara, a protagonista do primeiro livro, é tia de Violeta (mas ela é apenas citada, ficando mais como um easter egg para os fãs).
Sua obra mais recente, O vento sabe meu nome, foi lançado em 2023, e conta as consequências da segunda guerra mundial, como holocausto, migração e sacrifícios.
Sobre Violeta
A história é contada através de cartas escritas por Violeta ao seu neto Camilo. A personagem nasce em 1920 em uma realidade transformada pelas consequências da primeira guerra mundial.
“Há encruzilhadas no destino que não podemos reconhecer no momento em que se apresentam, mas, quando se vive tanto, como vivi, é possível vê- las com nitidez.”
Violeta narra sua vida, com a duração de um século, onde ela presenciou muitas mudanças no mundo do século XX ao começo do XXI.
De crises econômicas, como a crise de 1929, a ditaduras, como as que ocorreram no Chile, Argentina ou Brasil.
Uma curiosidade nesse ponto é que o país onde se passa a história nunca é revelado, tirando o fato que é algum da América do Sul.
Nestes 100 anos de vida, o mundo se transformará muito, e Violeta muda com ele.
Um dos grandes pontos fortes do livro são as misturas de eventos históricos e como elas influenciam a vida da personagem e de todos ao seu redor.
A personagem nos faz transitar entre a compaixão, a raiva e outras emoções devido a suas escolhas. Violeta é uma personagem que acerta e erra, então em vários momentos estava torcendo – e, em outras, praguejando.
“A realidade é que cada um é responsável por sua própria vida. Nascemos com certas cartas, e com elas jogamos nosso jogo; alguns recebem cartas ruins e perdem tudo, mas outros jogam magistralmente com essas mesmas cartas e triunfam. O baralho determina quem somos: idade, gênero, raça, família, nacionalidade etc., e não podemos mudar essas coisas, só podemos usá-las o melhor possível.”
O livro conta com vários temas sociais, como o feminismo, direitos dos trabalhadores e LGBTQIA+. Também sobre castas sociais, desigualdade e miséria.
“Teresa dizia que, se os homens parissem e tivessem de aguentar um marido, o aborto e o divórcio seriam sacramentos. Achava que os homens não têm direito a opinar, muito menos a legislar, sobre o corpo feminino, porque não conhecem a fadiga de gestar, a dor de parir e a escravidão eterna da maternidade.”
O que achei da leitura
A combinação entre eventos históricos com ficção ficou muito bem equilibrada. Ao meu gosto, alguns momentos da vida de Violeta foram mais interessantes que outros (como sua infância e adolescência), mas não significando que o resto foi ruim.
Violeta é uma leitura muito interessante, principalmente para quem gosta de romances históricos. Mas o que esse livro tem de especial é que ele não é um recorte de um período curto e sim, como já dito, de algo centenário.
Por abranger um período longo e não ser um livro gigante, muitos eventos obviamente ficaram de fora ou foram resumidos a ponto de serem só uma citação de algum personagem.
“O mundo está paralisado, e a humanidade, em quarentena. É uma estranha simetria eu ter nascido numa pandemia e morrer em outra”
Violeta
Avaliação de Violeta
Lados positivos
- Combinação entre eventos históricos com ficção
Lados negativos
- Algumas partes da história não eram tão interessantes assim